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Tudo o que você sempre quis saber sobre aleitamento materno e tinha medo de perguntar

O leite materno é um alimento completo para os bebês, sobretudo nos seus primeiros 6 meses de vida, pois nele há vitaminas, minerais, gorduras, açúcares e proteínas. Além disso, anticorpos necessários para ajudar na defesa do organismo contra as doenças. Dessa maneira, a criança cresce forte e consegue se desenvolver saudavelmente. Por isso, é tão importante o aleitamento materno.

Essa forma de nutrição já foi criada pela natureza para o que estômago do recém-nascido tenha boa aceitação e seja de fácil digestão. Associado a isso, a amamentação promove o vínculo afetivo entre o filho e a mãe. Sobretudo, com a presença dos familiares auxiliando no processo.

Assim, a mãe durante a amamentação precisa evitar bebidas alcoólicas, cigarros e outras drogas. Afinal, o que ela ingerir será repassado para a criança por meio do leite. Saiba mais lendo o post a seguir.

Quais são as fases para o ato da amamentação?

O corpo da mulher quando entra na adolescência começa a se preparar para o ato da amamentação. Confira abaixo as principais fases:

  • mamogênese: desenvolvimento e crescimento mamário na puberdade e tem sequência no período de gravidez;
  • lactogênese: formação da secreção láctea ocorre com estímulos dos hormônios, prolactina (PRL), que estimula a produção de leite pelas glândulas mamárias e ocitocina (OT) que faz a contração da musculatura lisa e ejeção do leite pela mama;
  • galactopoiese: é a manutenção do fluxo lácteo, nessa fase a sucção é fundamental para produzir o leite, do contrário poderá pedrá-lo ou mesmo não formar.

Na verdade, é importante estimular os 5 sentidos e a mãe ter uma boa saúde mental e emocional para contribuir no aleitamento materno. Porque isso varia de pessoa para pessoa e o leite passa por um processo de maturação, conheça as etapas:

  • colostro: é produzido do 1º ao 5º dia depois do nascimento. Ele possui coloração amarelada e é rico em proteínas e imunoglobulinas, ou seja, a primeira imunização que o bebê recebe;
  • leite de transição: a partir do 6º ao 15º dia começa a ter mais gorduras, lactose e outros nutrientes essenciais, no entanto, a nuance é branca e opaca;
  • leite maduro: já com todos os componentes necessários para o desenvolvimento do bebê, sua cor fica entre o amarelo e o branco.

Todavia, saiba que o leite pode sofrer mudanças de tonalidades durante o período de amamentação ou mesmo entre as mamadas.

Quais são os tipos de aleitamento materno?

Existem 3 subgrupos de aleitamento materno, de acordo com a OMS. Desse modo, siga com leitura para aprender quais são eles:

  • aleitamento materno exclusivo (AME): a criança consome somente o leite materno por sucção na mama ou ordenha manual, assim não ingere mais nada;
  • aleitamento materno predominante (AMP): nesse caso além do leite materno, o nenê também toma água, sucos ou outras bebidas;
  • aleitamento materno complementado: aqui a mãe oferece o peito e complementa a alimentação do bebê com comidas sólidas ou semissólidas.

Diante dessas possibilidades você precisa entender que a duração ideal da amamentação até os 6 meses é exclusiva ao uso do leite materno. Conforme o crescimento do seu filho ou filha de 6 meses a 2 dois anos é indicado o aleitamento materno acompanhado de uma alimentação complementar. Depois dessa idade, ele está apto a ingerir a mesma comida que os demais da família.

Quais benefícios ele traz a saúde?

O leite materno oferece benefícios tanto para saúde da mãe como da criança, principalmente a longo prazo. Por isso, veja seguir os benefícios comprovados:

  • proteção para mãe contra cânceres de mama;
  • menor risco de obesidade, hipertensão, diabete e hipercolesterolemia para a criança;
  • promove melhor desempenho cognitivo do bebê;
  • auxilia no desenvolvimento da cavidade bucal do recém-nascido;
  • reduz risco de alergias e infecções na criança;
  • reduz risco de morte súbita antes dos 5 anos no nenê;
  • reduz possibilidade de depressão pós-parto na mãe, pois a amamentação propaga a liberação de ocitocina, hormônio associado a sensação de prazer e bem-estar à mãe;
  • promove vínculo entre a mãe e o filho;
  • diminui custos financeiros.

O que é importante saber sobre a amamentação?

Em torno do aleitamento materno existem muitas crenças que podem atrapalhar esse momento mágico e íntimo de mãe e bebê. Sendo assim, leia as afirmações que são verdadeiras:

  • não existe mulher com leite fraco, todos são completos;
  • quanto mais o bebê mamar, mais leite a mãe produzirá. Sim, o processo de sucção auxilia na produção do alimento;
  • o leite materno está na temperatura adequada para a criança;
  • mamadeiras e chupetas podem interferir no aleitamento, se puder evitar melhor;
  • estresse pode influenciar na produção de leite;
  • até o sexto mês de vida, não é preciso fornecer outro alimento ou líquido ao bebê;
  • não use medicamentos sem antes consultar o médico, porque tudo que ingerir será passado do leite para o nenê;
  • o leite materno pode ser armazenado e congelado desde que seja da maneira correta.

Qual é a relação entre o aleitamento materno e o Banco de Leite?

As puérperas que desejam e produzem bastante leite podem e devem participar do Banco de Leite doando esse alimento excedente aos bebês prematuros ou com baixo peso que estão na UTI Neonatal. Afinal, as mães não têm condições de amamentar seus filhos nessa situação. Para ser doadora ela não pode estar tomando medicamentos que interfiram nesse alimento.

Uma vez retirado por ordenha manual, quem for manipular é indicado estar com as mãos bem lavadas, máscara no nariz e boca. Em seguida, o leite deve ser armazenado em frasco de 400 ml de vidro de boca larga e tampa plástica muito bem higienizados com água, sabão e fervidos por 15 minutos. Após a entrega no Banco, ele passará por um processo de análise, pasteurização e controle de qualidade para alimentar os recém-nascido que estão precisando.

Por isso, há a Rede Brasileira de Bancos de Leite Humano (rBLH—BR) que é uma iniciativa do Ministério da Saúde, Instituto Fernandes Figueira — IFF/Fiocruz, e integra a Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Criança e Aleitamento Materno — PNAISC. Essa Rede conta com 222 bancos de leite humano em todos os estados brasileiros e 217 postos de coleta. Inclusive, o Hospital Maternidade de Campinas faz parte, pasteurizando até 300 litros por mês.

Por exemplo, em seu planejamento diário são produzidos 12 litros que devem ficar em 62,5 ºC por vez. Mesmo com uma perda de 3 litros o Banco de Leite da Maternidade atende 42 bebês mensalmente. Depois de pronto esse alimento pode ser armazenado por até 15 dias.

Enfim, o aleitamento materno é primordial para garantir boa saúde e a vida das mamães e bebês, logo não pode ser negligenciado. Desse modo, se tiver alguma dificuldade ao amamentar o recém-nascido é relevante buscar ajuda de profissionais capacitados.

Para mais informações sobre o aleitamento materno, ou mesmo o Banco de Leite, entre em contato com o Hospital Maternidade de Campinas.